quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Crítica - Rock of Ages


Por Alex Constantino



Geralmente, eu começo minhas resenhas tentando situá-lo a respeito de alguns pontos essenciais sobre a produção e, principalmente, sobre a história do filme, tomando o cuidado de não apresentar algum detalhe que possa estragar sua experiência.
Assim, eu teria iniciado esta resenha mencionando que o filme é uma nova adaptação de um musical, realizada por Adam Shankman, que já possui experiência neste tipo de projeto, tendo dirigido Hairspray – Em Busca da Fama.
Continuaria informando que narra a história de Sherrie (Julianne Hough) e Drew (Diego Boneta), dois jovens que se conhecem na Sunset Strip da Hollywood de 1987 e acabam se apaixonando. Através de canções de bandas de rock dos anos oitenta, como Def Lepard, Twisted Sister, Journey, Poison, entre outras, acompanhamos a dificuldade do casal de conciliar seu romance com o sonho de conquistar uma carreira musical.
Normalmente,  a partir deste ponto, expandiria as informações sobre a trama para dar alguns exemplos que poderiam sustentar minha opinião sobre a película.
Ocorre que, não há muito o que se falar a respeito da história além do que já foi mencionado, uma vez que o filme é um amontoado de esquetes musicais, pontuados por algumas piadas, e que não se preocupa de maneira alguma em desenvolver uma trama coerente ou minimamente interessante.
Nem a subtrama, capitaneada  por Patrícia Whitmore (Catherine Zeta-Jones),  envolvendo uma cruzada de mulheres conservadoras, que queriam extirpar a influência perniciosa do rock nos jovens, torna a história interessante. Aliás, é melhor assistir ao telefilme Warning: Parental Advisory, que trata sobre o mesmo tema (em voga naquela época) e de maneira bem mais divertida, com direito a uma participação inusitada do próprio vocalista da banda Twisted Sister.
Portanto, tirando o fato de que o filme possui um fiapo (roto e desfiado) de história ( o que é muita coisa já que estamos falando de cinema), não há como ficar indiferente em relação a algumas músicas escolhidas, ainda que você não tenha muito apreço pelo rock farofa daquela época.
Além disso, Tom Cruise, assim como interpretou uma caricatura muito divertida de um produtor de cinema em Trovão Tropical,  mais uma vez surpreende na pele de Stacee Jaxx, um amálgama de vocalistas de várias bandas da época, com uma boa predominância de Axel Rose.
Com suas esquitices é quase uma versão roqueira do próprio Cruise e é muito interessante como ele traz a única discussão interessante sobre a fetichização (ou objetificação sexual) do personagem, que de certa maneira espelha a própria história artística do ator. Repare como os próprios ângulos de câmera buscam enfatizar essa premissa quando o personagem está em cena (prepare-se para ver a bunda cinquetona de Cruise em primeiro plano algumas vezes)
Existem outros personagens divertidos como aqueles vividos por Alec Baldwin e Russel Brand (que está se especializando em ser uma versão branca e com sotaque britânico do Chris Rock), mas que aparecem mais como curiosidade do que emprestam qualquer relevância à trama.
No fim, quando aparecer alguma cena com o pretexto de querer desenvolver a história é melhor começar a protestar batendo na poltrona e gritando: I Wanna Rock!
[tabgroup][tab title="Ficha Técnica"]
Direção: Adam Shankman
Roteiro: Justin Theroux, Chris D’Arienzo e Allan Loeb.
Elenco: Diego Boneta, Julianne Hough, Tom Cruise, Alec Baldwin, Russel Brand,Mary J. Blige, Chaterine Zeta Jones, Bryan Cranston, Paul Giamatti, Malin Akerman e outros.
Direção de Fotografia: Bojan Bazelli
Edição: Emma E. Hickox
Duração: 123 min
País: EUA
Ano: 2012
Gênero: Comédia/Musical

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