sábado, 10 de janeiro de 2009

(Uma tentativa de homenagemmao Nelson)


Sentavam as três, a avó, a mãe e a filha sempre no mesmo lugar na igreja para missa das dez horas do domingo, na saída lá iam as três na mesma ordem pedir a bênção do padre e tornavam a casa. Era assim semana após semana, dia após dia.
Em casa era sagrado o bolo de fubá na quarta-feira e o bolinho de chuva da sexta-feira feitos pela avó.
A mãe era costureira de roupas e de vida alheia, mas só o era para as amigas.
A filha , exemplo, educada, formosa, recatada com futuro brilhante.
A bisa, havia ensinado tudo direitinho.
Numa dessas sextas de bolinho de chuva fazia um calor daqueles e de repente como não de surpresa caiu aquele pé d'água no finzinho da tarde e a missa não foi mais a mesma.
Ela tocou a campainha e coitada estava molhada dos pés aos seus vinte e poucos, desde a calça jeans a camiseta...
A avó, não demorou em pedir que ela entrasse e de apresentá-la, era ela prima, de segundo grau que morava na capital. Foi um um beijo no rosto sem jeito dado pela mãe e em troca dois beijos aconchegantes da convidada, da filha foi um beijo tímido e em troca dois beijos e um abraço apertado da prima distante.
E elas assim ficaram paradas na sala em frente a porta por quase cinco minutos até a avó levá-la para o quarto que ela ficaria.
Como de costume ela não dava explicação de nada e assim foi desta vez.
No sábado foram juntas as quatro mostrar a cidade para ela, e a cidade não fez por menos e todos saíram para vê-la.
Dia longo e cansativo e ao chegar em casa ela só conseguiu dizer?
- Preciso de um banho!
Jantaram.
Dormiram.
Acordaram e era domingo e ela não tinha roupa para igreja e a avó pediu para a filha emprestar uma de suas roupas para ela.
No quarto.
Caladas.
A filha tímida, abriu o guarda-roupa e começou a escolher o que podia emprestar e pegou o vestido longo preto, como o seu e passou para as mãos dela que sem querer tocou nas pontas dos dedos dela, para uma fuga rápida da filha.
Ela notou, claro, agradeceu com um sorrisinho e tirou a roupa para colocar o vestido.
Silêncio.
Batem na porta.
-Vão na frente que ainda não escolhemos a roupa. Ela respondeu.
A mãe quis esperar, a avó preferiu ir na frente.
Na igreja, as duas esperaram quinze, vinte, a missa toda e nem pediram direito a bênção do padre e voltaram.

em casa chegando a comida estava pronta.a filha esperava de cabelo molhado do banho com ela sentada ao seu lado a mesa