quarta-feira, 22 de fevereiro de 2006

Da dor no coração

Da longa amizade ao fim da estrada.
Engulo seco.
Delicie-se no melado feito em minhas costas.
Passe a língua,
Sinta meu gosto salgado.

Não sinta o prazer do meu olhar.
Fique com a dúvida da minha voz.
Permaneça com meu sentimento que te dei.

Da longa estrada uma luz fraca.
Semeio minha face com uma lágrima.
Deixo um sertão entre nosso caminho.
Um sorriso infundado para o Destino,

Não ria.
Fique na certeza.
Não mostre sua falha.

Do seu olhar em sua vida.
Olhe para frente.
Não se decepcione com olhares que você não conhece.

Não chore.
Não se lambuse.
E se precisar volte ao que era antes.

Da estrada, olho para frente.
Dobro e guardo a parte da amizade que me cabe.
Coloco em meu olhar o que você deixou de me ensinar.
E deixo em ti, vago, o meu lugar.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2006

Vida

Subitamente chego a estrelas, ultrapasso as nuvens sem perceber, e sem ser percebido.
De repente os pássaros me notam.
Circundam-me, brincam, sorriem, conversam e mergulham
em um belo vôo rasante.
Sinto-me caindo, a sensação do vento em meu rosto é inigualável, o vento cria e descria formas, e suas crias caminham, voam por diversos caminhos.
Caio em cima de uma montanha de gelatina, gelatina, gelatina.
Durmo.
Sonho com Estados em guerra, o Estado das drogas enfrentam o exercito das bebidas alcoólicas, esta guerra perdura há anos,
sem previsão para acabar.
O sonho muda como chocolate.
Me delicio com chocolate.
Afrodisíaco, afrodisíaco.
Bebo vinho, conheço as bacantes,
me apaixono por Baco.
Acordo.
Nasço.
Cresço.
Estudo.
Me apaixono.
Desapaixono.
Saiu de casa.
Me apaixono.
Perco emprego.
Me desapaixonam.
Arrumo emprego.
Perco.
Perco tudo.
Trilho outros caminhos.

Sonho e vida.
Sonho e vida.
Flerto com a morte.
Li os últimos pessimistas.
Estava pronto.
Estava indo.
Estava...
Escuro.Escuro.
Um oi.
Um carinho.
Uma atenção.

Eu tinha.
Eu tinha!
Eu tinha amor.
Amor.
Namorei,
Casei.
Tive filhos.
Sou velho agora.
Tenho meu amor, minha salvação ao meu lado.
Do meu apartamento, vejo o céu, converso com os pássaros, bebo vinho, e também como gelatina com os meus netos.
Converso com Baco a noite no meu quarto e junto com minha companheira, sinto o mesmo vento inigualável do meu rosto por todo corpo.
Sonho.
Claridade.
Claridade.
Estou indo.
Estou indo...

Ainda te amo meu amor.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2006

É melhor dor no coração que dor de cabeça depois.


É melhor dor no coração que dor de cabeça depois”, esta frase dita por um grande representante da nova geração, aliás e infelizmente por um dos poucos rapazes de 21 anos que conheço que merece respeito, fica cada dia mais clara para mim.
É impressionante e triste como as pessoas estão perdidas envoltas, não melhor dizendo presas em seus próprios umbigos, se bobear elas fazem até algum tipo de oração para um espelho que reflete o umbigo:
Querido e belo umbigo perfeito, existe alguma possibilidade real para que a minha vida linda e maravilhosa fique mais bela e formosa do que agora?
Pelo amor de Deus!!!!
É nojento como o ser humano é egoísta, é nojento “disgusting” quem sabe assim eles entendem o que estou querendo dizer.
Hoje em dia ou é do jeito que as pessoas querem ou não é, não se pode ir contra qualquer tipo de idéia, que pronto se perde o amigo, e ganha-se um inimigo, não se pode falar absolutamente nada, não se pode tentar organizar nada, não existe uma conversa saudável, apenas vamos fazer do jeito que dá e este jeito tem que ser o jeito da pessoa, o jeito egoísta, o jeito que ela quer...
Em menos de cinqüenta anos as coisas mudaram muito por aqui, os jovens simplesmente são a prova em maior crescimento da alienação e do egocentrismo exacerbado. MPB é coisa de intelectualóide, Beatles é coisa de quem não ama o nosso país, programas que investigam você cagando no banheiro e escutando o barulho da merda caindo é o máximo, George Orwell não consegue mais se virar no seu caixão, e a cada dia que passa os jovens, as pessoas vão ficando mais “atoladinhas” na vida.
Não sou o dono da razão.
Não sou um revolucionário.
Não como criancinhas.
Não sou bicha, maconheiro e não transformo o país num puteiro como já disseram um dia. E se eu fosse?Precisaria amar as pessoas como se não houvesse o amanhã e rezar dois pais nossos e uma ave maria e tudo estaria resolvido?
Não, não é isso.
Quero poder pensar.
Quero viver e não sobreviver.
Quero que minha esperança se torne realidade e que a dor no meu coração valha a pena!
Quero ter os meus ideais e ter arroz e feijão e um ovo frito.
Quero ter o suficiente para trabalhar com arte.
Arte sem dor no coração, no estômago, com amigos do meu lado!
Quero fazer o que amo!
Hoje, amanhã e sempre.
Quero ter a certeza que não terei dor de cabeça!
E dizer para todos e para mim mesmo, que existe o emplasto que cura este problema, que é só virar na esquina, que é só olhar nos olhos das pessoas que se poderá ver em cada olhar um respeito coletivo, e que a Arte está por trás disso.
Sem dor no coração!
Sem dor.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2006

Coletivo! Palavra que tem força por si só.
Coletivamente, mais uma vez, a arte superou mais um ano neste país. Sobreviveu com muita força e orgulho!Em algum lugar do Brasil, mais um grupo de teatro apresentou algum espetáculo. Assim como, num outro cantinho do país, um escritor, com esforços “ao cubo” e muito “amigocínio” publicou seu primeiro livro. Um cantor, em sua batalha, gravou seu CD ou apresentou seu show. Um pintor, com seu suor e tinta teve seu trabalho exposto. Olho na arte! A arte tem mais força do que se pode imaginar! ARTE! ARTE!
Mesmo assim é pouco. Muito pouco. A produção artística e os próprios artistas, precisam de mais união, se fundir em coletividade. Será lindo ver em 2006, escritores novos surgindo, cantores, pintores, grupos novos de teatro despontando, artistas e mais artistas!
Para quem ama a arte: façam coletivos, juntem-se, reunam duas ou três pessoas conversando, refletindo, filosofando... Porque arte é pensar! Arte é agir.
Coletivar é dar vida. Dar vida é arte e arte é viver.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2006

Sobre este blogueiro

Escritor, professor, tradutor, roteirista, dramaturgo e produtor. 
Fui coordenador do BRIVA Espaço Cultural de 2005 a 2006, um dos fundadores e membro do SuperNova Coletivo de Dramaturgos 2005 a 2007 grupo que se dedicou ao estudo e criação dramatúrgica, trabalhei com o Núcleo de Subsolo de 2008 a 2010.
Em 2011 junto com Fabio Ramos fundei o blog literário Texto de Garagem onde participei do coletivo organizando e escrevendo todas as segundas-feiras até o final de abril de 2012. 
Tive textos publicados no livro Dedic Escreve Coletânea de Contos, Poesia e CrônicasCNTP Discussões teatrais, no jornal de crônicas RelevO, No site literário O Bule, Revista Um Conto entre outros.
Atualmente assino uma coluna no site esportivo Os Soberanos.
Sou autor do blog O Número 8 onde escrevo desde de 2006.


Literatura






Coletânea de contos, poesias e crônicas Dedic Escreve 2004
Poesia: Pensar









Cinema

"Curtas de improviso n°3 - Era uma vez em Rio Grande da Serra" Ano 2010
Produção: Núcleo de Subsolo
Roteiro: Alissandra Rocha, Claudio Rosa, Danny Monroe, Geovane Fermac, Johnny Kagyn e Rafa Snarf.
Direção: Johnny Kagyn




"Curtas de improviso  n°2 - All is time" Ano 2009
Produção: Núcleo de Subsolo
Roteiro: Alissandra Rocha, Claudio Rosa e Johnny Kagyn
Direção: Johnny Kagyn






"Curtas de improviso n°1 - A mochila" Ano 2009
Produção: Núcleo de Subsolo
Roteiro e Direção Alissandra Rocha, Claudio Rosa e Johnny Kagyn




"Sobre o Mundo lá de baixo" Ano 2009
Produção: Núcleo de Subsolo
Roteiro: Alissandra Rocha
Direção: Johnny Kagyn
Assistência de Direção: Claudio Rosa e Tábata Seron






Teatro








"Da Criação da Cena" - Ano 2006
Produção: SuperNova Coletivo de Dramaturgos
Dramaturgo.