domingo, 23 de agosto de 2009

Como se...

Como se o mundo fosse doce deixei cair a flor
Era chão de terra
lá ficou
desintegrou

Semente
lá bROTOU
Era asfalto
Como o mundo é amargo não deu flor

Leia de uma vez de preferência bêbado(a) ou de ressaca



Tocou a campainha, a princípio estranhei, já era um pouco tarde e ninguém costuma me visitar assim, tarde.
Tocou de novo, então abri a porta.
Existem portas que não se devem abrir, a não ser que se saiba exatamente, exatamente, a hora de fechar, enfim...
Nessa hora você entra na coisa toda, você, sua calça jeans, sua camiseta branca...
Bem, entra. - disse eu. Tinha outra coisa pra dizer, tinha?
Até agora me pergunto, porquê você me pediu alguma coisa pra beber, e sentou não cruzando as pernas na almofada do chão, no meio da sala?
Eu deveria já saber, entender algumas coisas, mas não. Me fiz de ignorante... você gostou da bebida, da garrafa, reclamou que não tinha ventilador, ar condicionado, deu seu show, filosofou sobre efeito estufa, capitalismo, blá blá blá...Me beijou e se desculpou.
Você sabia o que fazia.
Me abraçou, você sabe como sou, me pediu ajuda, sabia como reagiria, perdeu o controle do seu show, mesmo depois que fui sua única plateia... por ter sido a única.
Você nem mais sabia dizer coisa com coisa. Eu? Eu já não queria saber, a noite só terminaria quando o dia tocasse a campainha.