segunda-feira, 20 de fevereiro de 2006

Vida

Subitamente chego a estrelas, ultrapasso as nuvens sem perceber, e sem ser percebido.
De repente os pássaros me notam.
Circundam-me, brincam, sorriem, conversam e mergulham
em um belo vôo rasante.
Sinto-me caindo, a sensação do vento em meu rosto é inigualável, o vento cria e descria formas, e suas crias caminham, voam por diversos caminhos.
Caio em cima de uma montanha de gelatina, gelatina, gelatina.
Durmo.
Sonho com Estados em guerra, o Estado das drogas enfrentam o exercito das bebidas alcoólicas, esta guerra perdura há anos,
sem previsão para acabar.
O sonho muda como chocolate.
Me delicio com chocolate.
Afrodisíaco, afrodisíaco.
Bebo vinho, conheço as bacantes,
me apaixono por Baco.
Acordo.
Nasço.
Cresço.
Estudo.
Me apaixono.
Desapaixono.
Saiu de casa.
Me apaixono.
Perco emprego.
Me desapaixonam.
Arrumo emprego.
Perco.
Perco tudo.
Trilho outros caminhos.

Sonho e vida.
Sonho e vida.
Flerto com a morte.
Li os últimos pessimistas.
Estava pronto.
Estava indo.
Estava...
Escuro.Escuro.
Um oi.
Um carinho.
Uma atenção.

Eu tinha.
Eu tinha!
Eu tinha amor.
Amor.
Namorei,
Casei.
Tive filhos.
Sou velho agora.
Tenho meu amor, minha salvação ao meu lado.
Do meu apartamento, vejo o céu, converso com os pássaros, bebo vinho, e também como gelatina com os meus netos.
Converso com Baco a noite no meu quarto e junto com minha companheira, sinto o mesmo vento inigualável do meu rosto por todo corpo.
Sonho.
Claridade.
Claridade.
Estou indo.
Estou indo...

Ainda te amo meu amor.

Um comentário:

  1. Que delícia de vida!
    Brincar, sonhar, voar, sentir, lamber, sorver, cair, querer, querer, querer...
    Quanto mais pode me surpreender um olhar de poeta?

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