quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Crítica - Magic Mike

Por Alex Constantino




Baseado levemente na história do próprio Channing Tatum antes de ser alçado ao estrelato, no filme ele interpreta Mike, o grande astro de uma casa de strip-tease, que apresenta a Adam (Alex Pettyfer) o mundo da dança sensual masculina, uma alternativa tentadora para um jovem sem perspectivas obter dinheiro, festas e mulheres.
Por detrás dessa fachada se esconde um personagem em conflito com sua profissão e a superficialidade que seu estereótipo carrega. Ciente de que sua mágica é finita ele se encontra em busca de mais substância em sua vida pessoal e profissional.
E daí soa estranha a escolha do diretor Steven Soderbergh para apresentar essa história, uma vez que é bem conhecido por privilegiar o estilo em detrimento da substância, tudo o que o protagonista tenta refutar ao longo da trama que acompanhamos.
Portanto, prepare-se para uma enxurrada de contra-plongée (enquadramento que mostra o personagem/objeto de baixo para cima)  durante os números, tudo para deixar clara a visão idealizada que as mulheres tem dos stripers, assim como a posição dominância que exercem em seu público.
Sem contar que evidencia sua posição como objeto de desejo, como um vaso ou escultura em exposição num pedestal.
O filme é quase uma reprodução dos próprios espetáculos de strip-tease masculinos, ou melhor, da visão estereotipada deles, em que sobra empenho no visual dos números e há pouco esforço em fornecer qualquer sustância, afinal essa só se justifica como uma desculpa esfarrapada para a fetichização de alguns estereótipos profissionais (e além de bombeiros e soldados, temos até mesmo um Ken).
Existe um esforço bem intencionado de conferir maior profundidade à trama, investindo na apresentação de uma atividade e interesse romântico para dar a oportunidade de “redenção” ao protagonista, enquanto se busca demonstrar os supostos excessos desse meio.
Porém, a única coisa que vemos é o reforço de um conceito estereotipado e que entra em contradição com os próprios fatos em que se baseia, já que a própria história de Tatum, de certa maneira, nos lembra que existe aí algum preconceito.
E o filme ao invés de repeli-lo o envolve pela cintura e faz com ele um número de sexo encenado. Afinal, para Hollywood, assim como nas casas de strip-tease o que importa é voltar para a coxia com a cueca recheada de trocados

Direção: Steven Soderbergh
Roteiro: Reid Carolin
Elenco: Channing Tatum, Alex Pettyfer, Matthew McConaughey, Olivia Munn, Cody Horn, Reid Carolin, Joe Manganiello, Matt Bomer, Adam Rodriguez, Kevin Nash, Gabriel Iglesias  e outros.
Diretor de Fotografia: Steven Soderbergh (como Peter Andrews)
Edição: Steven Soderbergh (como Mary Ann Bernard)
Duração: 110 min
País: USA
Ano: 2012
Gênero: Drama
Previsão de Lançamento: 02 de novembro de 2012

Nenhum comentário:

Postar um comentário