terça-feira, 6 de novembro de 2012

Crítica - Histeria

Por Alex Constantino



Na Londres vitoriana, o jovem Dr. Mortimer Granville (Hugh Dancy) tenta sem sucesso estabelecer uma carreira médica, mas encontra resistência de seus pares mais velhos por defender práticas tidas como absurdas, como sua insistência na existência de germes e preocupação com a higiene no ambiente hospitalar para eliminá-los.
Depois de passar por todas as casas de saúde londrinas, ele acaba sendo contratado pelo Dr. Robert Dalrymple (Jonathan Price) para auxiliá-lo em sua próspera clínica dedicada a diagnosticar e  tratar a histeria, segundo ele um mal que aflige  muitas mulheres e demanda um tratamento pouco ortodoxo.
Enquanto assistente residente na clínica do Dr. Dalrymple, Mortimer conhece a encantadora Emily (Felicity Jones) e a libertária Charlotte (Maggie Gyllenhaal).
A partir de então acompanhamos o protagonista, junto com seu irmão adotivo, o dândi Edmund (Rupert Everett),  desenvolvendo um apetrecho sexual que se tornaria muito conhecido dali em diante.
Nos créditos iniciais e no trailer do filme existe uma preocupação em destacar que a trama se baseia em fatos reais e tudo leva a crer que seremos apresentados a uma narrativa divertida que contaria a história da criação do vibrador.
Porém, mais chocados do que as mulheres que no fim do séc. XIX experimentaram aquela estranha novidade, somos enganados porque se trata de uma comédia romântica sem qualquer originalidade, já que o tema mais interessante, diferente do que foi prometido, é desenvolvido apenas de maneira tangencial à trama principal.
Nos deparamos com todos os clichês do gênero como a personalidade desajustada de um dos protagonistas, o estranhamento inicial entre o par romântico e a revelação final quanto ao sentimento entre eles. Isso tudo mostrado sem qualquer criatividade ou inventividade.
O filme é bem simpático e como fonte de entretenimento tem lá seu valor, mas como não explora o tema mais promissor em prol de oferecer mais do mesmo, fica-se com a impressão de que uma oportunidade potencial foi perdida.
Do mesmo modo, questões históricas interessantes (direito a voto, estudo, etc) são abordadas de maneira superficial, mais para demonstrar as idiossincrasias que tornam Charlotte uma figura peculiar no universo do filme do que destaca-las como conquistas feministas importantes. O que, no final das contas, acaba diminuindo sua relevância.
As damas vitorianas que experimentaram a novidade saíram positivamente surpreendidas, já o filme não causou a satisfação que prometia.

Direção: Tanya Weler
Roteiro: Stephen Dyer e Jonah Lisa Dyer
Elenco: Hugh Dancy, Maggie Gyllenhaal, Jonathan Pryce, Felicity Jones, Rupert Everett,  Asheley Jensen, Sheridan Smith, Gemma Jones, Malcolm Rennie, Kim Criswell e outros.
Diretor de Fotografia: Sean Bobbitt
Edição: Jon Gregory
Trilha Sonora: Gast Waltzing
Duração: 100 min
País: Reino Unido/França/Alemanha/Luxemburgo
Ano: 2012
Gênero: Comédia Romântica
Previsão de Lançamento: 9 de novembro de 2012

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