terça-feira, 2 de outubro de 2012

Crítica - Hotel Transilvânia

Por Alex Constantino

Na resenha de Vizinhos Imediatos de 3º Grau mencionei que alguns atores de comédia, na oportunidade Ben Stiller e Vince Vaughn, têm repetido à exaustão um certo personagem que se transformou em seu próprio estereótipo. Para aqueles que gostam dessa persona criada por eles é um selo de garantia de diversão e, para aqueles que não curtem muito, a triste previsão de que verão mais do mesmo.
Outro ator que também pode ser incluído nesta lista, ou até mesmo encabeçá-la, é Adam Sandler, já que além de reprisar incansavelmente um mesmo tipo em seus filmes, tem o costume de incluir neles toda sua turma de amigos, igualmente donos de seus próprios personagens estereotipados.
Daí, é interessante verificar que em Hotel Transilvânia, o Drácula de Sandler consegue repetir mais uma vez seu eterno personagem, até mesmo numa animação. Estão ali todas as suas idiossincrasias, para o bem e para o mal.
E é claro que ele deu um jeitinho de incluir toda sua patota, ou quase toda ela, porque, surpreendentemente (e para nós felizmente) não temos Rob Schneider. De todo modo, temos nomes habituais como Steve Buscemi, Kevin James e David Spade.
Ah, e como é uma animação, foi possível incluir boa parte da família, sem que parecesse um ato descarado. Deem uma olhada no elenco de vozes no IMDB e verão nomes como: Jackie Sandler, Sadie Sandler, Judith Sandler e Sunny Sandler. OK, boa parte delas aparecem como vozes adicionais, mas...
Porém, para quem não curte muito um típico Adam Sandler, a boa notícia é que, apesar dele, o talentoso diretor Genndy Tartakovsky (Laboratório de Dexter, Samurai Jack, Star Wars: Clone Wars) consegue apresentar um filme despretensioso, mas divertido.
Na história o Hotel Transilvânia do título é um luxuoso resort onde monstros e suas famílias podem relaxar sem se preocuparem com os humanos por perto para os perturbar. Em um fim de semana especial, Drácula convidou seus amigos, alguns dos mais famosos monstros do mundo para comemorar o aniversário de 118 anos de sua filha Mavis (Selena Gomes).
O problema ocorre quando um rapaz humano (Andy Samberg) aparece no hotel e coloca os olhos em Mavis.
É uma trama bem batida, onde o Drácula é um pai superprotetor que se ressente do fato de que sua filha, ao se tornar adulta, pretende deixar o ninho paterno e ver o mundo. Existe aí um misto de tristeza com a autonomia da filha e de preocupação, pois na história houve um evento especialmente traumático que o tornou rancoroso com a humanidade.
E, portanto, não espere muita originalidade porque a trama acompanhará exatamente a transformação do protagonista que reavaliará seus pontos de vista ao ter contato com o jovem humano.
A animação também não possui nada de inovador, misturando as costumeiras gagues físicas para a criançada com pitadas de referências para divertir os adultos.
Apesar disso, é um feijão com arroz que tem seu frescor, muito dele creditado ao diretor, que fugiu de seu estilo característico de animação, mas sem que seu trabalho perdesse sua  costumeira simpatia.

Direção: Genndy Tartakovsky
Roteiro: Peter Baynham e Robert Smigel
Elenco: Adam Sandler, Andy Samberg, Kevin James, Selena Gomez, Steve Buscemi, CeeLo Green, David Spade, Molly Shannon, Fran Drescher.
e outros.
Edição: Catherine Apple
Trilha Sonora: Mark Mothersbaugh
Duração: 91 min
País: EUA
Ano: 2012
Gênero: Animação/Comédia
Previsão de Lançamento: 05 de outubro de 2012

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