quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Crítica - Busca Implacável 2

Por Alex Constantino



No primeiro filme vimos um ex-agente da CIA,  Bryan Mills (Liam Neeson), numa busca implacável por sua filha Kim (Maggie Grace), que fora sequestrada em Paris por criminosos albaneses que atuavam no tráfico e prostituição de mulheres na capital francesa.
Depois de deixar um rastro de bandidos mortos em seu caminho, ele conseguiu recuperar sua filha e devolvê-la à convivência da mãe Lenore (Famke Janssen) e do padrasto milionário.
Passado algum tempo, Bryan está mais próximo de Kim, enquanto tenta consolar sua ex-esposa Lenore, recentemente separada do atual marido. Além disso, tem que equilibrar seu excessivo zelo - por conta dos acontecimentos do filme anterior - enquanto deve permitir que sua filha consiga superar o trauma e ter uma vida normal, incluindo seu novo namorado Jamie.
Assim, com a intenção de ficar mais próximo de ambas, ele as convida para encontra-lo em Istambul, onde fará um serviço particular de segurança.
Reunidos na capital turca, Bryan começa a se reaproximar de Lenore  e tudo parece conspirar para que haja uma reunião familiar, até que o casal é sequestrado pelos parentes raivosos dos criminosos mortos por Bryan, já que ele parece ter enlutado boa parte de uma pequena vila na Albânia.
Agora, com a ajuda da filha, ele precisa libertar Lenore e a si mesmo antes que seja tarde e os novos bandidos albaneses consigam concretizar sua vingança.
E daí temos novamente um típico filme de ação com um exército de um homem só. E a primeira vítima do protagonista é o título brasileiro que faz muito menos sentido do que o original Taken ( algo como Sequestrado), eis que desta vez é o próprio herói que se encontra no cativeiro.
Para transformar um ator sexagenário num herói de ação convincente, o diretor francês é tão frenético nos cortes ao exibir a coreografia das cenas de luta  quanto o protagonista em bater em capangas com a metade de sua idade.
É certo que esse fato pode ter servido como desculpa para o exagero natural do diretor, como demonstra a sobrecarregada decupagem da cena inicial, recheada de ângulo estilosos, somente para mostrar um caminhão trafegando por uma tortuosa via num recanto idílico e o subsequente enterro dos criminosos albaneses, onde foi realizado o juramento de vingança de seus parentes.
E esse excesso estilístico se repete durante todo o filme, frequentemente confundindo o espectador a respeito da geografia das cenas.
A trama é inverossímil, mais do que a suspensão da descrença suporta normalmente e tanto quanto a capacidade sobre-humana do protagonista de se localizar, como se fosse um verdadeiro GPS humano.
E colabora para prejudicar a imersão do espectador a indecisão do diretor quanto a alguns parâmetros de sua história. Já estamos acostumados com a mágica de Hollywood em que o planeta todo, quando retratado por suas câmeras, fala em inglês. Agora, não faz sentido algum incluir a premissa de que os bandidos se comunicam em seu próprio idioma, quando eles escolhem momentos aleatórios e inverossímeis para exibir seu inglês, como quando o grande vilão faz seu juramento de vingança perante os aldeões albaneses.
E é incrível o poder de mobilização dos criminosos que possuem contatos e recursos ilimitados, utilizando a polícia turca como massa de manobra barata para seu empreendimento vilanesco.
Bem, a pequena vila albanesa parece ser um próspero polo exportador de criminosos, mas por ter deixado assuntos pessoais se intrometerem nos negócios, deve estar amargando uma escassez de mão-de-obra por ter ousado cruzar novamente o caminho do herói.
Apesar disso, Liam Neeson convence como brucutu, muito por seus méritos e, embora, o filme tenha muitos defeitos, não chega ao ponto de se tornar insuportável. É quase que uma homenagem involuntária ao cinema de ação dos anos 80.
Portanto, não será uma ofensa gostar do filme. Já o contrário tem seus riscos. Se ouvir explosões repentinas perto de sua casa, cuidado! É o método de triangulação de Bryan para localizar você. É bom se preparar porque daqui a pouco ele vai querer saber pessoalmente o que você tem contra a história dele. E acreditem, ele já deu provas de que consegue encontrar qualquer um.

Direção: Olivier Megaton
Roteiro: Luc Besson e Robert Mark Kamen
Elenco: Liam Neeson, Maggie Grace, Famke Janssen, Leland Orser, Jon Gries, D. B. Sweeney, Luke Grimes, Rade Serbedzija, Alain Figlarz e outros.
Diretor de Fotografia: Romain Lacoubars
Edição: Camille Delamarre e Vincent Taiballon
Trilha Sonora: Nathaniel Méchaly
Duração: 91 min
País: França
Ano: 2012
Gênero: Ação
Previsão de Lançamento: 05 de outubro de 2012

Nenhum comentário:

Postar um comentário