domingo, 8 de janeiro de 2012

Textos internos 6

Foto do Filme "Conta Comigo"

Deveria, o Homem, estar acostumado com a perda. Isso é o que mais acontece em toda sua vida, desde o nascimento, mesmo esta hora tão maravilhosa é iniciada por uma perda. A da aconchegante proteção que se recebe da mãe, e ela é feita de maneira abrupta, se é jogado do espaço quentinho e gostoso para um lugar barulhento e posso dizer um pouco complicado. Se não bastasse isso, ainda cortam o tal do cordão que ainda o une a mãe. Pronto. Já era, está declarada a estação das perdas.

A cada segundo que passa se perde algo,  seja um dente, um pouco do cabelo, sexo casuais até coisas simples como uma inspiração genial, amores,  uma palavra certa para um texto, juventude,  a mãe, si mesmo e a vida em si.

Estes dias estava mudando de canal e estava passando o filme “Stand By me” (Conta Comigo), antigo já, lá da década de 80, como de costume não consegui mudar de canal, coisa que normalmente me acontece quando vejo filmes que remetem a minha infância. Pois bem, além do filme inteiro, e da descoberta que o Will Wheaton do atual Big Bang Theory está no filme o que me chamou a atenção, foi uma frase, que diz mais ou menos assim: “ Muitas vezes a vida passa muito rápido e grandes amigos acabam passando em nas nossas vidas como garçons e que os nossos melhores amigos são aqueles que tivemos quando tínhamos 12 anos.”

Confesso que realmente os amigos que tive aos 12 são inesquecíveis ainda mais aqueles que estão comigo até hoje. Mas, os que conheci aos 16 não são menos importantes. Do mesmo jeito que aqueles que conheci aos 25, são extremamente importantes no meu dia a dia. E espero que continue assim aos 40, 50 e quem sabe mais pra frente.

Com relação aos amigos que passam como “garçons” certa vez li por ai que as pessoas que passam pela minha vida, pela sua vida mesmo que seja por 2 minutos e trocam algumas palavras com você fazem parte da sua árvore da vida, como se cada pessoa que você conhece fosse um galho de sua grande árvore. Seja para esta ou para outras tantas vidas que você teve ou venha ter (mesmo você acreditando nisso ou não).

Obviamente que existe também o lado prático das coisas que nos mostra que muitos deles se afastam por coisas da vida.

Eu sou romântico demais para sofrer com o mundo e romântico de menos para conseguir mudar alguma coisa, de qualquer forma, apenas colaboro com a minha parte. E esta parte me cabe sentir e muito a partida daqueles que amo por doença, por acidente, nestes casos a saudade só aumenta, já aqueles que perdi por meia dúzia de palavras mal trocadas ou por distâncias criadas pela vida sinto saudade e tristeza por não caminharmos juntos a metade do caminho para nos reaproximarmos.

Bato na tecla de que o maior objetivo do Homem está nas coisas mais simples, basta ver a felicidade de um casal que se ama por mais de 50 anos ao se reencontrarem no amanhecer do dia ou a felicidade de um jovem casal ao ver seu filho todo sujo por ter nascido a poucos segundos.

Sim, somos complexos demais, contraditórios demais, sonhadores demais e muitas vezes só isso.

Já disse que sou romântico? Talvez por isso sinto tanto as perdas daqueles que de alguma maneira amo...

2 comentários:

  1. Cláudio, amei esse texto!
    Também penso como você, todas as pessoas que passaram pela minha vida são, de alguma forma, muito importantes para mim. Os que passaram e seguiram, com certeza deixaram algo para que eu pudesse refletir, melhorar ou apenas recordar os bons momentos vividos. Agora, a grande maioria ficou na minha vida e me mostra sempre como é bom tê-los junto comigo. A árvore da minha vida tem muitos e fortes galhos.
    Ana Maria Severino Silva

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    1. Muito obrigado por compartilhar deste pensamento, quanto mais pessoas pensarem assim melhor, né? Fico contente que você tenha gostado do texto e obrigado por sempre me acompanhar também por aqui.

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