quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Crítica - Resident Evil 5 - Retribuição

Por Alex Constantino



No filme anterior da franquia já vimos opiniões quase unânimes de que o 3D havia sido empregado como nunca e que a trama apresentada pelo diretor e roteirista  Paul W. S. Anderson estava horrível como sempre.
Surpreendentemente, ele tinha entendido que as técnicas necessárias para a simulação da terceira dimensão não se faziam necessárias se você estava usando uma tecnologia que poderia apresentá-la realmente, o que muitos diretores ainda não se aperceberam.
Daí porque o 3D do filme foi beneficiado pela grande profundidade de campo e a economia nas mudanças abruptas de foco.
Apesar disso, acompanhávamos ali todas as suas idiossincrasias, como sua tara pela câmera lenta, principalmente em relação a fluídos respigando e close em balas. Seus personagens, terrivelmente caracterizados, percorriam a película distribuindo chutes e participando de tiroteios exagerados, tudo em nome da imagem mais estilosa (mas nem um pouco artística).
E para não desagradar os fãs do game (e distraí-los da mediocridade da história), povoou a tela com personagens, vilões e monstros conhecidos dos jogos, enquanto apresentou o videoclipe mais longo da história.
E como a proposta parece ter dado retorno, o novo capítulo da cinessérie repete todas as características do filme anterior, tanto em suas raras qualidades quanto em seus excessivos defeitos.
E a referência ao termo série para qualificar a franquia parece bem apropriado já que, no início do filme, temos uma embaraçosa recapitulação, no melhor estilo “previously on...”. Bem, como se fosse fazer alguma diferença conhecer o que ocorreu anteriormente para entender sua “intricada” trama.
E por falar nela, desta vez, para que a história não ficasse no caminho das grandiosas cenas de ação, Anderson tomou a decisão mais simples: a limou completamente da película, dando um objetivo bem básico para sua messiânica protagonista: fugir do complexo da Corporação Umbrella em que despertou desta vez (sim, só isso!).
A partir daí, acompanhamos Alice (Milla Jovovich) passando por algumas fases, quer dizer locações, que são simulações de cidades reais e construídas pela corporação maligna para demonstrar a eficácia de suas armas biológicas. E, seguindo a dinâmica de um jogo, temos em cada uma delas seu próprio chefe de fase.
 E, novamente, a invencível Alice encontra vários dos coadjuvantes dos capítulos anteriores.
Não há muito o que falar a respeito da narrativa, a não ser destacar o excesso de diálogo expositivo, que não possui qualquer justificativa já que não há muito o que se explicar da trama. Some-se a isso atores canastrões, em que suas contrapartes no videogame conseguem apresentar muito mais expressão, naturalidade e talento.
Também merece um destaque negativo (ou uma reprimenda) a deslocada trilha sonora, incluída sem muito critério e tão  esquisita quanto o nome de seu criador: tomandandy.
Porém, ninguém poderá culpar o diretor por tentar ser inovador, porque além do bom uso do 3D, foi pioneiro em apresentar o primeiro filme  com zumbis feito por zumbis. Portanto, para curti-lo é só substituir momentaneamente seu cérebro pelos óculos de terceira dimensão.

Direção: Paul W. S. Anderson
Roteiro: Paul W. S. Anderson
Elenco: Milla Jovovich, Siena Guyllory, Michelle Rodriguez, Aryana Engineer, Bingbing Li, Boris Kodjoe, Johaan Urb, Robin Kasyanov, Kevin Durand, Shawn Roberts e outros.
Direção de Fotografia: Glen MacPherson
Edição: Niven Howie
Trilha Sonora: tomandandy
Duração: 95 min
País: Canadá/Alemanha
Ano: 2012
Gênero: Ação
Previsão de Lançamento: 14 de Setembro de 2012

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