Ele queria mudar de vida e nada como uma segunda feira para começar as novas
mudanças.
No fim de
semana nenhum cigarro. Recorde. Lembrou do gosto do alface e até
arriscou a fazer um arroz. Se sentia bem.
Na sexta
tomou o último café, ali naquela vendinha perto do ponto. Sentiu um
pouco de dor de canto quando andava. Corria. Depois que saiu da
consulta.
Na
consulta... isso fica para depois.
Antes de
chegar para a tal consulta, encontrou com a Mariana. Estava linda,
mais até que na época do colégio. Quase que ela não o reconheceu.
Estragou um pouco o reencontro, é claro. Mas, simpatia nele não
faltava. Ela até disse que o adicionaria no facebook. Lucro.
Em casa
enquanto se trocava, via a tv aquelas notícias da manhã. Policia no
morro daqui, corrupção dali, Corinthians líder. Político com
slogans novos e blá blá blá.
Ao se
levantar da cama acendeu o cigarro. Ligou o computador. Sim, PC.
Olhou o e-mail, lembrou da consulta e tomou um café.
A consulta,
deixava ele nervoso. Ainda teve que esperar. Na “sala de espera”
com a cortina branca na janela e parede pintada de vermelho, o que
dava um clima estranho e abafado, ainda mais com toda aquela fumaça de vela e de cigarro de palha. Ao lado dele um velha, pelo menos foi o
que ele pensou, já que a mulher parecia ter uns cento e cinquenta
anos. Tentou puxar conversa, perguntou se a criança que ela carregava
era seu neto. Seca, disse - tatara. E foi só.
Chamaram
ele pelo nome. Levantou e foi.
A
benzedeira, parecia até mais velha que a outra, tinha até pouco
cabelo.
Perguntou
como estava a sua vó. Disse que morreu. Depois perguntou da mãe.
Disse que morreu. Se ele tinha filhos. Riu e balançou a cabeça nem
que sim nem que não.
A
benzedeira desembestou a rezar. Daí ele se lembrou porque não tinha
voltado ali desde criança. Era a vontade de rir nessas horas que o
tinha impedido.
Ela parou
de rezar. Olhou bem sério nos olhos dele e disse:
...
Ele então, finalmente decidiu mudar de vida.
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