terça-feira, 11 de abril de 2006

A inexperiência me guia dia a dia, enquanto espero a experiência que me trará a morte


A inexperiência me guia dia a dia, enquanto e espero a experiência que me trará a morte.


A inexperiência me guia dia a dia, enquanto espero a experiência que me trará a morte.
Que me trará a morte.
Meus passos são divididos em pedaços diários.
Um dia não penso, apenas trabalho,
No outro sim, penso, porque afinal de contas trabalho.
No dia que segue, penso, mas não trabalho.
E assim segue:
Trabalho.
Sonho,
Ainda sonho.
Ainda.
Claro que faço isso mergulhado em contas e responsabilidades.

A inexperiência me guia dia a dia, enquanto espero a experiência que me trará a morte
Que me trará a morte.
No dia seguinte, passo mau, e isso é mau.
A depressão pega minha rabeira,
E fico mau o resto do dia,
Não me canso de de dizer mau, mau, mau.
Sem saber se assim que se escreve.

A inexperiência me guia dia a dia, enquanto espero a experiência que me trará a morte
Que me trará a morte.
A cada dia,
A cada pedaço,
A cada partícula,
A cada célula,
A cada,
A cada...

A inexperiência me guia dia a dia, enquanto espero a experiência que me trará a morte
Que me trará a morte.
Outrora era calmo,
Meu pensar,
Agora é agitado e confuso.
E cada dia mais curto.

A inexperiência me guia dia a dia, enquanto espero a experiência que me trará a morte
Que me trará a morte.
É o tempo se esvai entre meus dias.
E?
Sento e espero tudo passar?
Sento, sim. Mas enquanto isso escrevo.
Escrevo?
É.
Para quê?
Para dizer que em meio a este tempo que se esvai, sonho em ser escritor,
É um escritor, se me julgo como tal?
Não, me julgo, apenas tento ser o que neste ponto da vida sonhei ser.

A inexperiência me guia dia a dia, enquanto espero a experiência que me trará a morte
Que me trará a morte.
Tento ser.
Meu amanhã é uma incógnita.
Não me falo nenhuma novidade.
Nenhuma novidade.

A inexperiência me guia dia a dia, enquanto espero a experiência que me trará a morte
Que me trará a morte.
Está acabando.
Realmente está acabando, minhas mãos enrugadas e trêmulas,
Transmitem a falta de julgamento, e a certeza de que nunca haverá respostas para tudo,
Pelo contrário mais dúvidas e questionamentos.

A inexperiência me guia dia a dia, enquanto espero a experiência que me trará a morte
Que me trará a morte.
E ela está próxima a cada segundo que passa, como este que acabou de passar.
Respiro.
Não respiro.
Acabo.

Um comentário:

  1. A reza do terço, ou do rosário católico, as ladainhas como a de todos os santos, são um paralelo cristão aos mantras e preces cíclicas, repetitivas que muito além de palavras de conforto, crença ou dogma, provocam com no rítmo e a cadência alterações da consciência como um caminho da revelação da fé.

    Você rezou um destino aqui.
    Lindo, Claudio. Lindo.

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