segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Karliana - Um pequeno folhetim - Capítulo 2


Das perdas, crenças e certezas






Numa manhã alguns bons anos atrás


- Gatoso, você sabe como você é importante pra mim, não sabe? De todas as coisas que faço todos os dias não tem uma que eu não pense em você, a não ser estudar que a mamãe me pediu para me concentrar nos estudos, que é uma coisa muito importante. Você é o meu melhor amigo, por isso que eu te amo tanto. – abraçando o gatinho.
- Filha! Estamos todos prontos, vamos? Temos que dar o nosso último adeus para a vovó...
- Ai eu não quero ver a vovó, ela não está mais por aqui é agora apenas um corpo frio... Eu preciso ser forte pela mamãe... Quem vai me ajudar a ser forte? Gatoso, se esfrega insistentemente nas pernas da menina.
- Darei o seu beijo na vovó, mesmo sabendo que ela não vai entender e nem sentir...e obrigado por sempre estar comigo.
- Mãe, porque você está chorando tanto?
- Nunca mais falarei com a minha mãe...nunca mais ninguém vai me entender só de olhar e me ensinar a acreditar como ela fez comigo...Agora tenho que fazer o que ela ensinou para que ela continue viva...
- Me dá um abraço. -  disse a filha sem derramar uma lágrima e levantando, se aninhando no meio dos braços da mãe.


De volta a trilha com a senhora acariciando o triste gatinho:
- Era melhor se não percebessemos depois de tantos anos a falta que as pessoas que amamos fazem e que não soubessemos que a maior certeza que temos na vida é que ninguém é eterno mesmo aqueles que tem 7 vidas...- disse a mulher numa voz muito baixa quase que pensando apenas.
- Senhora, não entendi – disse a menina
- Desculpe querida.
- Não fique triste!
- Eu sei meu anjo, não é tristeza, o problema são a s certezas que não podemos remediar.
- Cuidaremos do gato e ele vai melhorar.
- O que você tem nessa mochila, menino?
- Minha coleção de formigas mágicas.
- Nossa! Isso sim é algo bom para conversarmos, o que elas fazem?
- Eu já disse elas são mágicas....
- Isso a senhora escutou, ela quer saber o que elas fazem, seja educado.
Colocando a mão na frente da boca e falando baixinho:
- Se eu soubesse não seria mágica, não é?


Continua ...

Nenhum comentário:

Postar um comentário