Beduíno.
Chimpanzé.
Urugutango.
Meu, não é
urugutango, é orangutangu, até parece que você
não sabe.
Ta bom, não
fica nervoso, vamu continuá.
Gorila.
Ah cansei!
Não quero mais falá disso, eu estou nervoso.
O que
aconteceu?
Não quero
falá.
O que
aconteceu?
Não vou
falá.
Tá bom,
não fala.
Apareceu...
Apareceu o
quê?
Apareceu,
ué.
Não
acredito, quando?
Não sei,
ontem sei lá... talvez anteontem...
Não fique
assim, cedo ou tarde isso iria acontecer, pelo menos
agora você
não precisa mais se preocupá com isso.
É fácil
falá, agora aparece um, depois outro e aí?
Aí você
fica sem.
É...
Vamu
continuá.
Não.
Então vai
a merda!
Vai você.
...
Vamu, vamu,
abriu a estação.
Moça me
ajuda, me dá um real pra eu comprá um pão e um
café...
Moço me
ajuda...
Senhor...
Moço...
Moça...
Não vai
dar certo é quase meio dia, tô com fome.
E agora que
apareceu, é pior ainda.
Pior o quê?
Tá mais
frio né?
É.
Agora é
você que tá bravo?
É.
...
Duas da
tarde.
Três.
E por aí
vai.
Uma noite
no barraco improvisado.
Vai a
merda!
Vai você.
Apareceu
outro.
Problema
seu, se acostume.
Você não
sabe o quanto é ruim.
Não.
Imagina, não sei, não sei...
É isso
mêmo.
...
Chove.
Chove.
Chove.
No meio da
madrugada.
Ó! Ó!
Acorda eu
tenho que te falá que eu não tenho, que não
aparece
mais furo na minha cueca, porque ela já não existe
mais, não
existe mais.
Como?
Não existe
e ponto, e pega essa comida que o cachorro não
qué mais,
se não você não acorda amanhã.
...
Olho
aberto.
...
Fome.
...
Amanhece.
Moço...
Senhor...
Mais um
furo.
Moça...
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