Por Alex Constantino
A nova
tentativa do esquilo pré-histórico Scrat de obter sua tão sonhada
noz acaba desencadeando um cataclismo continental que separa Manny de
sua família. Agora, o mamute, juntamente com Diego e Sid, corre
contra o tempo para se reunir com Ellie e Amora, e para isso, deve
enfrentar não só a ameaça global como uma trupe de piratas
liderada pelo simiesco e mau-caráter Capitão Entranha.
O novo
capítulo da franquia reproduz a fórmula visual e narrativa dos
filmes anteriores, portanto, se você já assistiu algum deles sabe
muito bem o que esperar: apuro técnico da animação, esquetes
repletos de gagues físicas para a criançada e fãs de Zorra Total e
uma referência aqui ou acolá para agradar os marmanjos, como por
exemplo uma certa “homenagem” a Coração Valente.
Fica a
impressão de que se concentraram em repetir, principalmente, a
dinâmica vista em A Era do Gelo 3 (a maior arrecadação da franquia
até então), substituindo Buck, que faz uma brevíssima aparição
no nova aventura, pela avó de Sid que exerce a mesma função de
alívio cômico.
A nova
personagem, introduzida na história de maneira pouco inventiva, é
uma tentativa de buscar repetir o sucesso da doninha caolha do
terceiro filme que era obcecada em caçar um certo dinossauro, no
melhor estilo Capitão Ahab de Moby Dick. Diante disso, talvez o
elemento mais inspirado do filme, seja uma certa referência irônica
ao personagem anterior quando se tem em mente o animal de estimação
da velinha e sua relação com ele.
O filme
também compartilha com o capítulo anterior da franquia o uso
eficiente do 3D, embora não com a mesma qualidade artística com que
o diretor Carlos Saldanha empregou a ferramenta no terceiro filme.
A
novidade fica por conta da inclusão de duas subtramas, a primeira
envolvendo o pequeno dilema adolescente de Amora, com direito a todos
os clichês do gênero como o amigo apaixonado relegado porque a
garota quer se enturmar com o pessoal do galã, um babaca que só ele
não enxerga como tal. É uma versão bem menos inspirada de A Garota de Rosa Shocking, clássico oitentista escrito por John Hughes.
A segunda
é a inclusão de um interesse romântico para Diego que também peca
pela originalidade, com a garota durona e arredia que após o
estranhamento inicial com o herói começa a repensar se está do
lado certo na briga.
Pouco
original também é a tentativa de incluir um certo elemento
“piratesco” à história. Some aí mais alguns clichês que
parecem estar presentes somente para a certa altura uma personagem
soltar a embaraçosa frase de que a pirataria não compensa.
Ok, desta
vez dou o braço a torcer, foram originais em retirar aquela
propaganda horrorosa e ultrajante sobre a pirataria que infesta DVDs
e cinemas e a introduzirem dentro da própria história.
Assim
como nos outros filmes, a história tem lá suas inconsistências,
afinal, porque o Capitão Entranha se deu ao trabalho de tentar
recuperar seu barco, levado pelos protagonistas, quando, logo em
seguida, bastou estalar os dedos para conseguir um muito melhor
somente para continuar perseguindo os mocinhos?
No fim,
dentro de sua proposta, o filme é, digamos, competente em entregar
mais do mesmo e se as histórias anteriores te agradaram não se
decepcionará com a nova empreitada dos protagonistas.
Ficha Técnica
Direção:
Steve Martino e Michael Thurmeier
Roteiro:
Michael Berg, Jason Fuchs
Elenco:
Ray Romano (Manny), John Leguizamo (Sid), Denis Leary (Diego),
Jennifer Lopez (Shira), Queen Latifah (Ellie), Seann William Scott
(Crash), John Peck (Eddie), Nicki Minaj (Haley), Drake (Ethan), Peter
Dinklage (Entranha), Kunal Nayyar (Texugo) e outros.
Dublagem:
Diego Vilela (Manny), Tadeu Mello (Sid), Márcio Garcia (Diego),
Andréa Suhet (Shira), Carla Pompílio (Ellie), Bruna Laynes (Amora),
Gustavo Nader (Eddie), Nádia Carvalho (Vovó), Jorge Vasconcellos
(Capitão Entranha), Mauro Ramos (Flynn), Eduardo Borgeth (Silas),
Vinicius Nascimento (Alce Jovem) e outros.
Edição:
James Palumbo e David Ian Salter
Trilha
Sonora: John Powell
Duração:
94 min
País:
EUA
Ano:
2012
Gênero:
Animação/Comédia
Lançamento:
29 de Junho de 2012
Eu pensei a mesma coisa antes mesmo de ler este post.
ResponderExcluir"Sherk 1; 2 e 3"; harry Potter e as suas infinitas "pedras filosofais"... tudo bem que "em que tim que está ganhando não se mexe", mas uma hora o campeonato acaba e é hora de ir para casa...
Olá Paula! Por coincidência pensei bastante na frase que mencionou e só não foi incluída no texto porque, na verdade, outra pérola futebolística parece casar melhor com o caso: o técnico trocou seis por meia dúzia. Isso vale tanto para o filme como uma repetição do terceiro quanto pela troca da doninha pela avó-preguiça. Bem, enquanto a franquia render para a Fox o time fica em campo para disputar a prorrogação.
ResponderExcluirAh, e não se esqueça que pior do que continuar a contagem é quando eles zeram e começam a contar novamente logo em seguida. Veja o caso do Homem-Aranha que estreia sexta que vem e logo dará as caras por aqui também.
Abraços